"Gostaria de postar este texto do Prof Marcus Eduardo, para compreendermos melhor a economia como uma Ciência Social, presente em nosso dia a dia. O artigo também está presente no portal O Economista."
Conceitos econômicos usados neste artigo
Trade-off, comportamento do consumidor, curva de indiferença, velocidade de circulação da moeda, externalidades, elasticidades, bens substitutos, efeito-renda, efeito-substituição, utilitarismo, capital humano.
Introdução
Em sentido geral, os manuais de Economia tratam das questões relativas ao nível de preços, do emprego, do PIB, da taxa de inflação, do comércio exterior. Desses manuais saltam palavras e conceitos como produção, distribuição, consumo e crescimento econômico. Na árdua tarefa de entender e explicar a economia, os profissionais da área se debruçam em taxas como os depósitos compulsórios, as de juros (real e nominal), de curto e de longo prazo, a taxa de câmbio, nos patamares das dívidas pública e privada, interna e externa. Tiram desses manuais verdadeiros apostolados que se convertem em leis próprias, tais como a “Lei da Escassez”, “Lei da Oferta e Demanda” e a “Lei dos Rendimentos Decrescentes” fazendo assim parte do corolário econômico que infestam os cursos universitários em Economia.
No entanto, essa mesma Ciências Econômicas em seus diversos meandros, tanto macro quanto microeconômicos, está mais presente nas ações e nos pensamentos de todos nós muito mais do que imaginamos ou do que supomos.
Nesse pormenor, as questões econômicas (e seus conceitos) passam por uma infinidade de situações diversas que nos envolve no dia a dia. Desde escolher comer pizza ou feijoada, jogar damas ou xadrez, presenciar terremotos, conviver com epidemias, acidentes de carro, poluição dos rios e do ar que respiramos. É possível verificar e identificar conceitos econômicos em situações como epidemia de dengue, doença do porco, um trânsito constante nas grandes cidades, em festas barulhentas na casa do vizinho altas horas da noite, nas campanhas de vacinação, nos preços do cinema no shopping-center, na casquinha de sorvete do Mc Donald´s, nos tênis da marca Nike, numa polícia mal treinada, na possibilidade e facilidade de se cometer um crime. Para todos esses e tantos outros “casos e situações” a economia (enquanto ciência) está presente e se “manifesta” em seus diferentes conceitos que passam, por vezes, longe da compreensão do cidadão não familiarizado com os meandros dessa ciência.
Descrever esses “diversos atos, casos e situações econômicas”, explicando-os pelos conceitos “escondidos” no jargão econômico que, por vezes, não percebemos e que ocorrem com certa frequência em nosso dia a dia é o fito maior deste artigo. Somando-se a isso, este texto busca também evidenciar o verdadeiro papel do economista, qual seja: pensar no bem estar da sociedade e desenvolver ações que façam com que isso aconteça.
Por Marcus Eduardo de Oliveira
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor universitário. Mestre em Integração da América Latina (PROLAM-USP) e especialista em Política Internacional (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). É autor de “Conversando sobre Economia” (Ed. Alínea).