RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

"Política de Valorização do Salário Mínimo" - alguns questionamentos....


...A questão agora é buscar compreender 

até que ponto o foco está no bem estar social 

do brasileiro ou em um mecanismo que ajude

a circular a economia em tempos de crise!... 


Assim eu terminei o último post neste blog. 


Decidi levantar este debate aqui no blog, pois muitas vezes pensamos que a melhor saída para todos os problemas é "entrada de dinheiro" ou "aumento dos recursos", embora muitas vezes a saída está em um melhor modelo de maximização de ganhos e produção, somado a uma redução de gastos e perdas. Enfim, concordo com o ponto trazido pelo DIEESE, de que o "...reajuste deve beneficiar cerca de 43,4 milhões de pessoas..." e que também o "...aumento deve permitir a entrada na economia brasileira, de aproximadamente R$27,8 bilhões ao longo do ano, e incrementar a arrecadação tributária em R$6,8 bilhões". Com certeza, todos sabemos que renda, consumo, economia local e diversificação de produtos são itens diretamente proporcionais. Aumentando a renda, aumenta o consumo que circula a economia local propiciando uma diversificação de produtos.


Entretanto, nosso foco não pode estar somente neste ponto de vista. Sei que em tempos de crise tendemos a pensar desta forma, porém devemos olhar outra conseqüência deste aumento progressivo. Um dos efeitos que pode ocorrer é sobre os microempresários que possuem um número determinado de trabalhadores em sua empresa. Diante do aumento do salário, sua despesa com mão-de-obra logicamente irá aumentar, se neste fluxo a sua produtividade não seguir o mesmo caminho (fato bem provável, devido a alta taxa de juros, debilidade de crédito e aumento dos preços de matérias-primas), será bem certo que para equilibrar receitas e despesas, a primeira opção de corte e reajuste será na mão-de-obra. Concluindo, gerando demissões e desemprego.


Portanto, nesta linha de raciocínio, devemos permanecer de certa forma contentes com o aumento do salário mas também cautelosos com alguns efeitos que podem surgir. Afinal de contas, qual desempregado que pode consumir.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"Política de Valorização do Salário Mínimo"

Fazendo referência ao texto de alguns meses atrás sobre a lei do micro-empreendedor, esta semana saiu uma matéria no DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos - sobre o processo de valorização do salário mínimo no Brasil.

Abaixo segue o link para a matéria: DIEESE


A questão agora é buscar compreender até que ponto o foco está no bem estar social do brasileiro ou em um mecanismo que ajude a circular a economia em tempos de crise!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A responsabilidade de repensar

A responsabilidade de repensar

“...A globalização acompanhada de mercados livres, atualmente tão em voga, trouxe consigo uma dramática acentuação das desigualdades econômicas e sociais no interior das nações e entre elas.1” Assim observou Eric Hobsbawm em seu livro Globalização, Democracia e Terrorismo quando questionado sobre a pertinência de se discutir os efeitos da globalização neste início de século.


Parece estranho, neste início de 2009, trazer a tona a questão da globalização, porém na verdade ficará mais estranho ainda quando focarmos nas propostas de desenvolvimento aplicadas a cada ano entre as nações ricas e pobres. Em meio a crise que vivemos hoje, fica mais nítido ainda a acentuação e disparidades existente entre continentes, países e centros urbanos, que segundo Hobsbawm são as consequências do atual modelo utilizado.


Porém, para entendermos a estranheza e o contraste do que se é pregado e estampado diariamente em manchetes de jornais, precisamos retornar e desconstruir o conceito. E só assim buscarmos realmente pensar e elaborar propostas alinhadas com um verdadeiro desenvolvimento. Nos últimos dias, tanto no Fórum Social Mundial quanto em Davos, buscam-se diversas soluções para a questão acima abordada por Hobsbawm, porém ambos esquecem de tentar entender um pouco mais a raiz das propostas.


Longe de mim querer, com tão poucas palavras, descrever modelos econômicos e planos de desenvolvimento. Embora acredito ser realmente necessário seguir por este caminho. Quero apenas trazer a reflexão e discussão sobre o tema, conseguindo gerar uma consciência coletiva sobre o assunto já caminharemos um pouco mais em direção a igualdade, justiça e qualidade de vida que nossa sociedade tanto clama em qualquer parte do globo.


Enfim, Celso Furtado, no livro Os Ares do Mundo conduz o raciocínio de construção do conceito de desenvolvimento da seguinte forma: “...o estilo de vida criado pelo capitalismo industrial sempre será o privilégio de uma minoria. O custo, em termos de depredação do mundo físico, desse estilo de vida, é de tal forma elevado que toda tentativa de generalizá-lo levaria inexoravelmente ao colapso de toda uma civilização, pondo em risco as possibilidades de sobrevivência da espécie humana. Temos assim a prova definitiva de que o desenvolvimento econômico – a idéia de que os povos pobres poderão algum dia desfrutar das formas de vida dos atuais povos ricos – é simplesmente irrealizável...É nesse sentido que cabe afirmar que a idéia de desenvolvimento econômico é um simples mito.2” Ou seja, todas as consequências que temos visto e vivido nos últimos 10 meses, se levarmos em conta apenas o tempo do ápice da crise econômica, tem origem basicamente neste ímpeto da inserção de modelos econômicos em regiões que não suportam tais estruturas e o desgaste ambiental de outras regiões devido a enorme ganância exploratória.


Portanto, penso ser necessário e urgente avaliarmos nosso conceito de progresso e desenvolvimento, pois o que vemos é que o modelo seguido é insustentável. Se queremos realmente conduzir e gerar uma sociedade com qualidade de vida e sem desigualdades, precisamos avaliar as nossas propostas. E assim, usar as ferramentas da ciência e tecnologia, as quais neste século XXI se apresentam de forma abundante e tão próximas, como plataformas deste desenvolvimento.


Como Celso Furtado encerra seu raciocínio dizendo que graças a focalização errônea no conceito de desenvolvimento utilizado pelo mercado hoje, desviamos “ as atenções da tarefa básica de identificação das necessidades fundamentais da coletividade e das possibilidades que abre ao homem o avanço da ciência e da tecnologia3” e focalizamos apenas em como explorar, exportar e negociar de forma mais rápido e com menos custo. “Se irá poluir, desestabilizar o ciclo humano, ah isso e questão que poderá ser resolvida outro dia!”


1Globalização, Democracia e Terrorismo, Eric Hobsbawm, 2007, pág. 11

2OS Ares do Mundo, Celso Furtado, 2ª Edição 1992, pág. 193-194

3idem

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Final de domingo

"Poderíamos dizer que o moralismo
 representa a forma como as pessoas gostariam que o mundo funcionasse, 
enquanto a economia representa a forma como ele realmente funciona."

Reflexão no final do domingo. 

Ah, recomendo ler: Freakonomics, Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner