Continuando a discussão de alguns meses atrás, as relações bilaterais e multilaterais hoje em dia podem muito bem ser resumidas como um jogo de reconhecimento e resistência, acordos e desacordos, aproximação e distanciamento. Principalmente se focalizarmos nossa atenção para os países do nosso continente. Atualmente, existe uma diferença muito grande no que diz respeito aos discursos e a prática em nossa região. No discurso, encontramos um sonho idealizador de fortalecer a união de blocos como o Mercosul – Mercado Comum do Sul – e a recém criada Unasul – União das Nações Sul-Americanas – mas na prática o que existe é uma realidade totalmente oposta ao discurso.
Para entender um pouco este cenário, precisamos retornar algumas semanas atrás, quando a Argentina enfrentou cerca de 120 dias de crise em sua política interna, com conflitos entre ruralistas e partidários do governo, neste mesmo período visualizamos o encerramento da Rodada de Doha com um fracasso por não alcançar um comum acordo entre seus membros. O equilíbrio foi estabelecido dentro da Argentina, porém na época da crise e durante o evento da OMC, o Brasil foi acusado pelos argentinos de traidor dos interesses sul-americanos, enfraquecendo a proposta de união do bloco econômico da região, simplesmente por querer ser ativo como exportador agrícola, caminho este que segundo analistas a Argentina iria se beneficiar e seguir o mesmo rumo.
No mesmo ritmo de desavenças internas afetando relações bilaterais conosco, entram na fila nossos amigos paraguaios. Jornais locais revelam rumores de um possível golpe de estado estar a caminho contra o recém eleito presidente Fernando Lugo, se o conflito se tornar real, negociações referentes a distribuição da energia produzida na hidrelétrica de Itaipu seriam interrompidas, afetando diretamente o sistema de distribuição e compra de energia brasileiro. Na mesma marcha, temos também a infindável intriga entre Venezuela, liderada por Hugo Chaves e os EUA. O último capítulo deste seriado ocorreu na última semana quando Chaves expulsou do território venezuelano o embaixador americano, sob acusação de estar apoiando militares locais contra uma possível tomada do poder, beneficiando os americanos. A situação se estremeceu quando Hugo Chaves cogitou a idéia de interromper o abastecimento de Petróleo para os EUA, seu principal cliente, e nós sabemos muito bem que quando o assunto é o ouro negro a questão é delicada.
Por último, mas não tão diferente, temos a Bolívia, o qual durante a última semana se tornou manchete de jornais internacionais quando decretou estado de sítio no Departamento (estado) de Pado, onde cerca de 15 pessoas já morreram e cerca de 106 estão desaparecidos, devido a conflitos armados no local. Em meio ao caos interno, Evo Morales recusou apoio da comunidade de países declarados amigos, liderados por Brasil, Argentina e Colômbia e de uma forma sem explicação o fornecimento de gás para o Brasil foi interrompido por cerca de 6 horas, afetando de forma inesperada o sistema de distribuição e abastecimento brasileiro. Nesta manhã um acordo entre as frentes que lideram o caos, governo e opositores, começou a ser estabelecido com mediações de algumas organizações multilaterais e não-governamentais, porém a fragilidade local e bilateral é real.
É intrigante, no que tange relações bilaterais entre países da América do Sul, o discurso de união, fortalecimento e desenvolvimento regional se torna um sonho longe da realidade que presenciamos. A pauta mais se assemelha a música brega : ”hoje estamos juntinhos, amanhã nem te vejo, separando e voltando, a gente segue andando, entre tapas e beijos”. Até quando nós como brasileiros iremos aturar este perfil de política internacional?
Para entender um pouco este cenário, precisamos retornar algumas semanas atrás, quando a Argentina enfrentou cerca de 120 dias de crise em sua política interna, com conflitos entre ruralistas e partidários do governo, neste mesmo período visualizamos o encerramento da Rodada de Doha com um fracasso por não alcançar um comum acordo entre seus membros. O equilíbrio foi estabelecido dentro da Argentina, porém na época da crise e durante o evento da OMC, o Brasil foi acusado pelos argentinos de traidor dos interesses sul-americanos, enfraquecendo a proposta de união do bloco econômico da região, simplesmente por querer ser ativo como exportador agrícola, caminho este que segundo analistas a Argentina iria se beneficiar e seguir o mesmo rumo.
No mesmo ritmo de desavenças internas afetando relações bilaterais conosco, entram na fila nossos amigos paraguaios. Jornais locais revelam rumores de um possível golpe de estado estar a caminho contra o recém eleito presidente Fernando Lugo, se o conflito se tornar real, negociações referentes a distribuição da energia produzida na hidrelétrica de Itaipu seriam interrompidas, afetando diretamente o sistema de distribuição e compra de energia brasileiro. Na mesma marcha, temos também a infindável intriga entre Venezuela, liderada por Hugo Chaves e os EUA. O último capítulo deste seriado ocorreu na última semana quando Chaves expulsou do território venezuelano o embaixador americano, sob acusação de estar apoiando militares locais contra uma possível tomada do poder, beneficiando os americanos. A situação se estremeceu quando Hugo Chaves cogitou a idéia de interromper o abastecimento de Petróleo para os EUA, seu principal cliente, e nós sabemos muito bem que quando o assunto é o ouro negro a questão é delicada.
Por último, mas não tão diferente, temos a Bolívia, o qual durante a última semana se tornou manchete de jornais internacionais quando decretou estado de sítio no Departamento (estado) de Pado, onde cerca de 15 pessoas já morreram e cerca de 106 estão desaparecidos, devido a conflitos armados no local. Em meio ao caos interno, Evo Morales recusou apoio da comunidade de países declarados amigos, liderados por Brasil, Argentina e Colômbia e de uma forma sem explicação o fornecimento de gás para o Brasil foi interrompido por cerca de 6 horas, afetando de forma inesperada o sistema de distribuição e abastecimento brasileiro. Nesta manhã um acordo entre as frentes que lideram o caos, governo e opositores, começou a ser estabelecido com mediações de algumas organizações multilaterais e não-governamentais, porém a fragilidade local e bilateral é real.
É intrigante, no que tange relações bilaterais entre países da América do Sul, o discurso de união, fortalecimento e desenvolvimento regional se torna um sonho longe da realidade que presenciamos. A pauta mais se assemelha a música brega : ”hoje estamos juntinhos, amanhã nem te vejo, separando e voltando, a gente segue andando, entre tapas e beijos”. Até quando nós como brasileiros iremos aturar este perfil de política internacional?
2 comentários:
Realmente o Brasil ter uma postura mais firme em sua política externa...
Fala João é o Euro, cara realmente é estranho tanta coisa desse nível acontecer, e o Brasil continuar agindo dessa forma.Não adianta nada crescermos economicamente, se ainda tratamos os assuntos com nossos vizinhos como se ainda fossemos a mesma nação de algum tempo atrás.
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