RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

terça-feira, 26 de maio de 2009

NOTA RÁPIDA: IBGE divulga perfil da Educação

IBGE divulga perfil da Educação e Alfabetização de Jovens e Adultos e da Educação Profissional no país

Uma informação interessante foi divulgada ontem pelo IBGE, um estudo chamado de " Aspectos Complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educaqção Profissional", que visa traçar este perfil educacional em todo o Brasil. Respondendo perguntas importantes como: qual influência da educação pública?, o alcance da educação privada? e quais setores são os mais procurados na educação profissional?

Segue aqui uma parte da nota, recomendo a leitura da íntegra no site do IBGE!

Qualificação concentra mais de 80% dos que frequentam educação profissional

Dentre os 6 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que frequentavam, em 2007, algum curso de educação profissional, 80,9% estavam no segmento da qualificação profissional e 17,6%, em cursos técnicos de nível médio. Dentre os 29,6 milhões que haviam frequentado anteriormente, 81,1% cursaram qualificação profissional e 18,4%, técnico de nível médio.

Somando os que frequentavam com os que já haviam frequentado curso de educação profissional (35,6 milhões de pessoas), a divisão se repetia: 81,1% estavam no segmento da qualificação profissional; o curso técnico de nível médio representava 18,2% do total; e a graduação tecnológica, 0,7%.

Rede privada atende maioria dos alunos da educação profissional

As instituições de ensino vinculadas ao Sistema “S”2 atendiam 20,6% (7,4 milhões) das pessoas que frequentavam ou frequentaram anteriormente algum curso de educação profissional - percentual inferior ao das instituições particulares de ensino (53,1%, ou 18,9 milhões) e ao de instituições públicas de ensino (22,4%, ou 8,0 milhões de pessoas).

Nas regiões Sul e Centro-Oeste, as instituições do sistema “S” apresentaram percentuais de frequência (24,0% e 24,3%, respectivamente) superiores ao das instituições de ensino público (21,7% e 22,9% respectivamente). Apenas nas regiões Nordeste (49,7%) e Sul (49,2%), a rede de ensino particular não atendeu mais que a metade das pessoas que frequentavam ou frequentaram a educação profissional.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Taxa de Desocupação estável em abril

NOTA RÁPIDA (SINTONIZADA COM OS PRINCIPAIS ÍNDICES DO MÊS)

Hoje pela manhã o IBGE divulgou uma nota com a taxa de desocupação referente ao mês de abril. Segundo o Instituto, a taxa de desocupação foi de 8,9%, permanecendo estável em relação ao mês anterior.




Mais informações: IBGE

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Receita e Varejo - oscilam mas avançam

Enquanto o mercado externo passa por oscilações profundas devido a crise, afetando diretamente exportadores e atacadistas, o Brasil busca firmar seu mercado interno para não interromper seu fluxo econômico.

Um ponto chave neste balanço é o varejo dentro do país.  Em balanço divulgado pelo IBGE recentemente, o volume de vendas e a renda nominal do varejo cresceram 18% e 7,8% respectivamente, em comparação ao período de 2008.

Segundo o IBGE: "Em março, oito das dez atividades pesquisadas, obtiveram resultados positivos para o volume de vendas com ajuste sazonal:Veículos e motos, partes e peças (3,9%); Material de construção (3,0%); Tecidos, vestuário e calçados (1,9%); Livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,4%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,1%) e Combustíveis e lubrificantes, com 0,9%. A atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou variação enquanto a de Móveis e eletrodomésticos obteve taxa negativa de -2,2% . "

Recomendo para mais fetalhes uma leitura da nota divulgada pelo IBGE.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Série: Repensando o que é "DESENVOLVIMENTO" - nº1

Longe de mim, a postura de possuir total conhecimento no assunto. Estou muito longe disso. A razão pela qual sou levado a abrir esta discussão no blog, ou melhor, dar continuidade a alguns artigos anteriores é: primeiramente pelo fato de ser um assunto crucial a ser discutido, debatido e repensado em nossos dias, e em segundo plano, pois em análise da preferência dos visitantes aqui no blog, percebi uma certa procura pelos artigos que envolveram a discussão em torno do tema.

Enfim, seguindo a proposta, dou início a uma série de definições em torno do tema. Bem provável, que estarão intercaladas com outros artigos, pois afinal de contas uma das propostas do blog é manter a discussão atualizada em torno de nossa atualidade econômica. Entretanto, entre um post e outro, a série irá continuar pelos próximos meses.

Dando início neste primeiro post da série, com uma definição básica de: 

 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Conciliar a necessidade de Desenvolvimento Econômico da sociedade com a promoção do Desenvolvimento Social e com respeito ao Meio Ambiente.

Recomendo uma leitura da definição específica disponível no site da WWF.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A recuperação da crise é em: U , L ou V

Para alguns especialistas, a pior fase da crise econômica já passou. O "fundo do poço" foi no fim do ano de 2008, onde as principais empresas de diversos setores, revelaram prejuízos e iniciaram um ciclo de cortes de gastos e insumos. Exatamente neste momento teve início a onda de demissões em massa que ocorreram em alguns países e por aqui no Brasil não foi diferente.

A grande questão que tem sido estudada por diversos economistas no momento é: " a recuperação desta crise será de que tipo? U, L ou V ?" 

Outra pergunta crucial, que ninguém possui a resposta é: "em quanto tempo a economia a mundial retornará ao seu ritmo de expansão?"

Diariamente, recebemos uma lista de pontos positivos e negativos desta crise. Alguns países entrando em recessão, índices de produção caindo, empresas e bancos divulgando prejuízos hitóricos, aumento do índice de desemprego. Por outro lado, aumento de vendas, bolsas em altas, pacotes financeiros dos governos funcionando e redução da taxa de juros em alguns países. Uma lista que em alguns dias desperta o ânimo do investidor e em outros dias retorna a sensação de desconforto e medo.

Entretanto, no meio disso tudo, enquanto ainda não temos respostas definidas para as principais indagações, é importante entendermos a nomenclatura utilizada para as possibilidades existentes de recuperação das economias.

O que seria então uma recuperação em forma de U, L ou V ?

Os três tipos de recuperações dizem respeito ao formato dio gráfico estabelecido pela crise econômica:

Gráfico em forma de U, é quando ocorre uma queda do fluxo econômico, porém, lentamente é iniciado um processo de recuperação deste fluxo dentro da economia, envolvendo o ciclo entre dispêndio, produção e receita.

Gráfico em forma de L , é quando ocorre uma queda aentuada do fluxo econômico, e o ciclo da economia permanece constante em um nível baixo.

Gráfico em forma de V , é quando ocorre uma queda acentuada do fluxo econômico e em uma prazo curto uma alta proporcionalmente acentuada.

Dos três tipo de recuperações possíveis, a última, em forma de V, já foi descartada pelos analistas. Porém, a preocupação de todos não está focada em como será esta recuperação, mas em quanto tempo será necessário para ela ocorrer ?


sexta-feira, 1 de maio de 2009

O mito da Caverna

As vezes precisamos em meio a turbulências, por um instante, parar, refletir, analisar, olhar todas as opções possíveis, enxergar os riscos para enfim decidir e voltar a caminhada. Talvez você pense neste início que estou seguindo tendências e tornando o blog um canal de auto ajuda, longe de mim seguir este rumo e perder o propósito inicial de nossa discussão aqui.

Porém em tempos como estes, que vivemos atualmente, crise econômica instalada, desemprego generalizado e agora, na última semana, a possibilidade de uma epidemia no ar com a chamada "gripe suína". Os dias realmente não são bons! Devido a esta turbulência decidi disponibilizar aqui no blog um texto que acredito ser desconhecido para alguns, mas que todos os que o conhecem foram instigados ao menos, a parar e refletir suas atitudes diárias. Para mim esta já é uma postura inicial para qualquer proposta de mudança em nossa sociedade. Então, sem prolongar muito, eis aqui o texto: Extraído de "A República" de Platão . 6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291.

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à
ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em
morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a
infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e
só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto.
Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos
imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os
tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos
bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO - Imagino tudo isso.

SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos
que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou
madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam
em silêncio.
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!

SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver
de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do
fogo, na parede que lhes fica fronteira?
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.

SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as
sombras?
GLAUCO - Não.

SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das
sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?
GLAUCO - Sem dúvida.

SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam,
não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos?
GLAUCO - Claro que sim.

SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das
figuras que desfilaram.
GLAUCO - Necessariamente.

SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e
do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se
de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer
tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de
discernir os objetos cuja sombra antes via. Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.

SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras
que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora
mostrados?
GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado,
para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos
lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor
ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem
reais?
GLAUCO - A princípio nada veria.

SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior.
Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros
seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas,
contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO - Não há dúvida.

SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol,
primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio
lugar, tal qual é.
GLAUCO - Fora de dúvida.

SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que
produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa
de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões.

SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?
GLAUCO - Evidentemente.

SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um pobre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?
GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a
viver da maneira antiga.

SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?
GLAUCO - Certamente.

SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os olhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a este respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valera a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?
GLAUCO - Por certo que o fariam.

SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos
negócios particulares e públicos.