Hoje vivemos na era da informação-globalização, época em que o conhecimento foi colocado no ponto mais alto da hierarquia dos fatores que condicionam o progresso. Fazendo com que diferenças sociais fiquem cada vez mais latentes. Poucos são aqueles que adquirem um conhecimento genuíno, a grande maioria adquire apenas informação. Faz-se necessário então distinguir informação de conhecimento, isto pode ser esclarecido ao ler o trecho do livro Na Era do Capital Humano, de Richard Crawford, “...Um conjunto de coordenadas da posição de um navio ou o mapa do oceano são informações, a habilidade para utilizar essas coordenadas e o mapa na definição de uma rota para o navio é conhecimento. As coordenadas e o mapa são as "matérias-primas" para se planejar a rota do navio. Quando você diferencia informação de conhecimento é muito importante ressaltar que informação pode ser encontrada numa variedade de objetos inanimados, desde um livro até um disquete de computador, enquanto o conhecimento só é encontrado nos seres humanos. (...) Somente os seres humanos são capazes de aplicar desta forma a informação através de seu cérebro ou de suas habilidosas mãos. A informação torna-se inútil sem o conhecimento do ser humano para aplicá-la produtivamente. Um livro que não é lido não tem valor para ninguém. (...)”
Entendendo que conhecimento é sempre o processo de traduzir a informação, seguido de recosntrução, conseguimos diferenciá-lo de informação. Não é conhecimento apenas o que é produzido e depositado nas bibliotecas e centros de documentação, representando a teoria e aumentando a quantidade de informação. Mas conhecimento é contextualizado, circula e interage com a sociedade, de forma a penetrar e se tornar relevante em todas as camadas sociais.
A televisão, os jornais, as revistas e a internet disponibilizam para a população o acesso a informação, maximizando ainda mais um vácuo de valores para os que se limitam apenas ao ciclo disponível nestas mídias. Hoje uma pessoa pode ter acesso num só dia a um número equivalente de informações que um sujeito da Idade Média levaria a vida inteira para obter. Entendo que conhecimento tem muito mais haver com tradução da informação recebida em aplicação prática, do que apenas sua obtenção. Quero citar o que Pascal já dizia no século XVII: “Não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes” esta é exatamente uma proposta para hoje. Para ultrapassar o ritmo desta era, é necessário compreender este princípio e fazer com que nossas iniciativas transformem-se em respostas para os questionamentos atuais, ou seja, gerando um conhecimento pertinente trabalhando com interdisciplinaridade.
“Educação com base
em Conhecimento e
não Informação”
Tudo porque as instituições hoje em dia, sejam estatais, privadas ou não-governamentais, estão tão preocupadas em gerar informação para a sociedade e suprir o vácuo que o sistema tem gerado, que esquecem de mostrar através de iniciativas, como traduzir estas informações em prática, o que realmente é conhecimento. Alimentando o ciclo de formar recursos humanos para empregos do sistema e não desenvolvimento humano em sua reais vocações.
As atuais propostas de trabalho precisam andar em um outro ritmo. Estou seguro que utilizando protótipos inovadores poderemos sair da encruzilhada que estamos parados, cumprindo o pleno exercício de nossa função ética, moral e socialmente relevante.
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Na Era do Capital Humano,
Richard Crawford,
Editora Atlas, 1994
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