RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A falácia do salário mínimo

Muitas vezes ficamos sem perceber os argumentos falaciosos que nos circulam. Na maioria das vezes, na verdade, vivemos aceitando muitos destes argumentos como simplesmente válido, verdadeiro e normal em nosso cotidiano. Mas seria muito edificante e relevante para cada um nós e também para coletivamente, como sociedade, se buscássemos compreender e analisar um pouco mais estes argumentos.

Para realizar tal análise não precisamos ser especialistas ou mestres em alguma ciência específica. Basta apenas, agrupar informações pertinentes ao contexto de tal argumento, compararmos alguns itens que perceberemos a falácia que muitas vezes tentam nos envolver.

Um exemplo disso: há algum tempo que é estampado nos jornais o avanço do salário mínimo. A cada reajuste é comemorado como se fosse algo gigantesco e especialmente além da necessidade do brasileiro. Ora, uma falácia escancarada no marketing do governo em busca de uma maior aprovação popular.

Porque esta afirmação não é verdadeira e válida?

Para isso, é necessário definir alguns conceitos, existentes no argumento e através da tabela abaixo mostrar como os reajustes dos salários mínimos estão totalmente fora da realidade do trabalhador brasileiro.

Primeiramente:

Segundo o DIEESE – Departamento Sindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos: 

Salário mínimo nominal: salário mínimo vigente. Salário mínimo necessário: Salário mínimo de acordo com o preceito constitucional "salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" (Constituição da República Federativa do Brasil, capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso IV). Foi considerado em cada Mês o maior valor da ração essencial das localidades pesquisadas. A família considerada é de dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto. Ponderando-se o gasto familiar, chegamos ao salário mínimo necessário.”

Nos últimos anos a realidade é a seguinte:


Salário mínimo nominal e necessário :

março de 2007 a março de 2009

Período

Salário mínimo nominal

Salário mínimo necessário

2007

Março

R$ 350,00

R$ 1.620,89

Abril

R$ 380,00

R$ 1.672,56

Maio

R$ 380,00

R$ 1.620,64

Junho

R$ 380,00

R$ 1.628,96

Julho

R$ 380,00

R$ 1.688,35

Agosto

R$ 380,00

R$ 1.733,88

Setembro

R$ 380,00

R$ 1.737,16

Outubro

R$ 380,00

R$ 1.797,56

Novembro

R$ 380,00

R$ 1.726,24

Dezembro

R$ 380,00

R$ 1.803,11

2008

Janeiro

R$ 380,00

R$ 1.924,59

Fevereiro

R$ 380,00

R$ 1.900,31

Março

R$ 415,00

R$ 1.881,32

Abril

R$ 415,00

R$ 1.918,12

Maio

R$ 415,00

R$ 1.987,51

Junho

R$ 415,00

R$ 2.072,70

Julho

R$ 415,00

R$ 2.178,30

Agosto

R$ 415,00

R$ 2.025,99

Setembro

R$ 415,00

R$ 1.971,55

Outubro

R$ 415,00

R$ 2.014,73

Novembro

R$ 415,00

R$ 2.007,84

Dezembro

R$ 415,00

R$ 2.141,08

2009

Janeiro

R$ 415,00

R$ 2.077,15

Fevereiro

R$ 465,00

R$ 2.075,55

Março

R$ 465,00

R$ 2.005,57

Fonte: DIEESE

Concluindo, como comemorar um reajuste insignificante e tão fora da realidade e necessidade do brasileiro? Não podemos aceitar esta falácia, é preciso regulamentar os reajustes feitos pelo governo.

Um comentário:

Anônimo disse...

falácia.....muito grande da política brasileira.....