RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

sábado, 22 de novembro de 2008

Queda livre global ....resumo da semana....

Um breve resumo da semana em gráficos.

Previsão de crescimento na região da OCDE:
 

Crescimento na Alemanha:
  

Saldo do comércio exterior da França:
 

Crescimento na Europa:

Bolsas Brasileiras, Americanas e índices gerais:

Talvez você pense que seu computador esta com problema, ou que hoje você não esta enxergando bem, mas quero dizer que o problema não é com você ou seu computador. Os gráficos acima não estão invertidos. Realmente a Alemanha, Zona do Euro, OCDE, Japão, bolsas brasileiras, americanas e índices gerais, estão todos em queda livre!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Uma notícia boa, em meio ao turbilhão econômico...

Para surpresa de muitos economistas e especialistas do mercado de trabalho, a taxa de desemprego ou desocupação divulgada pelo IBGE na manhã de hoje revelou um leve declínio e  manteve a estabilidade no ano. 

A taxa divulgada hoje foi de 7,5% diante dos 7,6% do mês passado. Porém se comparado ao mesmo período do ano passado teremos uma queda de 1,2 ponto percentual [outubro de 2007 a taxa foi de 8,7%]. Outro fator positivo da notícia de hoje foi que na linha histórica do índice, que é divulgado pelo IBGE desde 2002, a taxa deste mês é a segunda menor taxa registrada, atrás apenas do registrado em dezembro de 2007 que foi 7,4%. 

Em tempos de recessão e turbilhão financeiro, o índice nos traz um pouco de tranquilidade pelo menos hoje.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

1492 – 2008 – a construção de um novo mundo

1492, ano que marcou o romper do horizonte, navegadores desafiando as barreiras estruturais da época, seguiram em busca de “um novo mundo”, sob a bandeira de impérios como Espanha e Portugal, continentes inteiros foram sendo descobertos e um novo mapa-mundi se construindo. Alinhado às descobertas, novas estratégias de empreendimentos modelaram-se às oportunidades que surgiram e paradigmas do impossível decaíram. Novas concepções de espaço, distância, fronteiras e barreiras ao empreendimento humano se estabeleceram, e, poucas foram as peças que participaram na modelagem de poder do globo.

O tempo passou, junto com ele, o fim dos impérios, a 1ª Guerra Mundial, Crise de 29, 2ª Guerra Mundial, Guerra Fria, queda do Muro de Berlim, e para cada fato deste, concepções foram estabelecidas e uma nova visão de mundo e forma de empreendimentos surgiram. No caso do último citado, uma nova conjuntura global começou a ser construída, e nas palavras de Fernando Henrique Cardoso, “a globalização financeira como nós vivemos hoje começou”.

Séc.XXI,11 de setembro, crise imobiliária, preços das commodities elevam-se a níveis incríveis, petróleo em alta, crise sistêmica financeira 2008, índices de desemprego históricos em países onde este não era o assunto tratado há anos, recessão na Zona do Euro e Japão, G7 já não tem todo o poder de decisão, a economia real em todo o mundo é afetada, fortalecimento dos emergentes, BRIC, queda do preço do petróleo. Fatos que qualquer um jamais imaginaria no fim do século XX, imediatamente suspeitariam que fosse um conto de ficção científica muito fora da realidade. Coisas de Nárnia ou Harry Potter, mas estas são as manchetes dos jornais durante todo este ano.

“A realidade global mostra um cenário no qual a transterritorialidade dos eventos econômicos perpassa nacionalidades. O fenômeno econômico, do ponto de vista puramente analítico, é transnacional, portanto, envolvendo várias nacionalidades, isoladamente ou associadas.” [Marcelo Milano, Geoestratégia Global, 2007]

Diante deste cenário de turbulências e crise sistêmica, encontramos algo surpreendente, o poder das transnacionais que superam obstáculos territoriais ativando a diversidade e acionando uma competitividade incrível, proporcionando a pequenas marcas um lugar no mercado global. Enquanto países prestam relatórios divulgando queda na produtividade, recuo do PIB e outros índices negativos, transnacionais como Wallmart, Coca Cola e Nike expandem em locais de atuação e lucratividade, revelando assim uma nova forma de poder no mundo.

A grande questão que devemos pensar no meio deste turbilhão é: se as transnacionais conseguiram adaptar suas estratégias e gestão de forma consistente com as questões deste novo tempo global, porque a sociedade civil e os Estados permanecem atrasados e presos em suas tomadas de decisões?

Na construção deste novo mundo, de onde virão as mãos artesanais que modelarão os ângulos das relações? Onde e quem estará à mesa das decisões?

terça-feira, 11 de novembro de 2008

"...Yes we can..." - parte II



"...Os jovens, com sua incrível capacidade de perceber a realidade decorrente de um momento vital em suas vidas de construção de identidade se sentiram representados por alguém que tanto se aproximou a realidade..."
* Lei na íntegra este texto aqui. Por Tiago Garrido.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

...Montanha russa do Petróleo...

Eis a histórica montanha russa do petróleo:

CIRCUITO 1 :  de 1995 a 2008 o preço vem subindo...



CIRCUITO 2:  o sobe desce em 1 ano de cotações...




CIRCUITO 3: depois da alta histórica... o rápido declínio...



CIRCUITO 4: .... o consumo declinando.... o preço continua caindo....



CIRCUITO 5 / 6 /7 : quantos circuitos teremos nesta montanha russa não sei dizer, porém uma coisa é certa..... alguns estão estagnando o crescimento, outros apenas moderando o consumo e muitos com uma tremenda sede pela falta do óleo negro.

Fonte de Gráficos: OPEP 



quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"...Yes we can..."



O dia foi corrido hoje. Muita coisa para fazer e só agora consegui sentar na frente do computador. Desde cedo fiquei sabendo da notícia: Obama venceu!  Não podia deixar um acontecimento histórico deste passar em branco aqui no blog.
Em todo este ano, várias pessoas, em todo o mundo, focalizaram sua atenção para a trajetória das eleições americanas e suas possíveis implicações no caso de vitória de ambos os candidatos. Agora que já sabemos o resultado, as expectativas aumentaram, tanto é que o próprio mercado, em meio a crise, passou o dia com altas taxas em todo o globo.

Eis o início do discurso de vitória de Obama:

"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta." 
Clique aqui para vê-lo na íntegra.
E o vídeo.


Uma coisa é certa, durante todo o ano o slogan de Obama foi "Yes we can". O resultado das eleições provou que a maioria americana tomou posse desta frase como um porto seguro de esperança para rupturas e mudanças. Agora é aguardar e ver o que irá acontecer.





segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Educação em STP: Uma Educação para o “Sub desenvolvimento”


Esta semana estive conversando com Bilaine, uma amiga de São Tomé e Príncipe, que está fazendo mestrado em Lisboa - Portugal, entre vários assuntos que conversamos, surgiu a discussão sobre a necessidade de se criar uma proposta para a educação em nossos países. Ao final do bate-papo, ela me enviou um artigo de sua autoria, relacionado aos desafios educacionais em seu país e a urgência de se pensar novas propostas.  Resolvi publicar o artigo aqui no blog, pois penso que como brasileiros passamos pelo mesmo desafio atualmente.

Educação em STP: Uma Educação para o “Sub desenvolvimento”


Na óptica de vários teóricos, uma educação eficaz num processo de desenvolvimento não é aquela que faculta ao homem apenas a acumulação de conhecimentos, mas também a capacidade de reflexão crítica acerca da sua própria condição de existência, incentiva-o para uma participação criativa no sentido de induzir mudanças significativas e constantes na sociedade em que se encontra inserido.


Esta educação não se resume apenas a um “depósito” de conhecimentos e pela inculcação/incorporação de valores e normas dominantes, mas, acima de tudo, deve propiciar aos indivíduos a capacidade de questionar, refletir e ter uma participação ativa na sua sociedade com vista a introdução de mudanças.


Não obstante, o setor de educação constituir uma das preocupações dos sucessivos governos de STP, mediante criação e implementação de reformas educativas, estas não têm atingido os objetivos propostos, verificando-se assim poucos impactos dessas ações no processo de desenvolvimento do país. Tem constituído uma educação que, em vez de exercer uma influência decisiva e condutora de mudança de atitude e de mudança social, tem favorecido a perpetuação da situação socio-econômica e política do país. Assim, o sistema de educação de STP, tal como está estruturado, propicia uma educação para o “sub-desenvolvimento”, já que os seus impactos em termos sociais parecem ser pouco significativos ou nulos.


E são várias as evidências que apontam neste sentido.


Trata-se de uma educação que não propicia a reflexão, a critica, a liberdade (de expressão e a ação), a criatividade, a ação e a mudança já que se baseia em aulas extremamente expositivas, sem variação da estratégia, centradas no professor e não nos alunos, em que o docente “despeja” a matéria e os alunos tentam com grandes limitações “apanhar” para depois “despejar” novamente nos exames, ficando de seguida o total vazio. Nesse processo não existe a estimulação do diálogo e da criatividade nem de qualquer tipo de reflexão crítica. Não traz para a sala de aulas as experiências e os problemas vividos pelos alunos no seu dia-a-dia.


Trata-se, assim, de uma educação que forma indivíduos passivos e com reduzido espírito empreendedor, incapazes de desenvolver ações que promovam alterações no seu meio social.


Por outro lado, é um sistema de educação extremamente seletivo. Não tem em conta as desigualdades sociais existentes entre os são-tomenses e, não sendo extensível a todos, existem camadas da população que estão excluídas de aceder a certos níveis de ensino, pelo que tende a premiar pessoas que, à partida, já possuem vantagens sócio- econômicas e a excluir ainda mais os desfavorecidos.


De salientar também que se trata de uma educação em que a interação, a solidariedade, bem como todo tipo de sentido de responsabilidade social estão ausentes, formando indivíduos egocêntricos que agem quase exclusivamente com vista a satisfação dos seus próprios interesses pessoais, sem quaisquer benefícios e impactos na sociedade no seu todo.


Deste modo, perante estes fatos, urge a necessidade de se proceder a uma reformulação do sistema de educação de STP de modo que este possa formar indivíduos solidários, ativos, críticos, criativos e capazes de implementar múltiplas ações e processos inovadores e sustentáveis de mudança e de melhoria da sua condição de vida e a da sua comunidade.


Urge em STP uma educação para a reflexão critica, para a ação, para a responsabilidade social e, acima de tudo, uma educação para a mudança, uma educação para o desenvolvimento.



Bilaine Ceita

Socióloga/ Estudante de mestrado em Desenvolvimento