RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

1492 – 2008 – a construção de um novo mundo

1492, ano que marcou o romper do horizonte, navegadores desafiando as barreiras estruturais da época, seguiram em busca de “um novo mundo”, sob a bandeira de impérios como Espanha e Portugal, continentes inteiros foram sendo descobertos e um novo mapa-mundi se construindo. Alinhado às descobertas, novas estratégias de empreendimentos modelaram-se às oportunidades que surgiram e paradigmas do impossível decaíram. Novas concepções de espaço, distância, fronteiras e barreiras ao empreendimento humano se estabeleceram, e, poucas foram as peças que participaram na modelagem de poder do globo.

O tempo passou, junto com ele, o fim dos impérios, a 1ª Guerra Mundial, Crise de 29, 2ª Guerra Mundial, Guerra Fria, queda do Muro de Berlim, e para cada fato deste, concepções foram estabelecidas e uma nova visão de mundo e forma de empreendimentos surgiram. No caso do último citado, uma nova conjuntura global começou a ser construída, e nas palavras de Fernando Henrique Cardoso, “a globalização financeira como nós vivemos hoje começou”.

Séc.XXI,11 de setembro, crise imobiliária, preços das commodities elevam-se a níveis incríveis, petróleo em alta, crise sistêmica financeira 2008, índices de desemprego históricos em países onde este não era o assunto tratado há anos, recessão na Zona do Euro e Japão, G7 já não tem todo o poder de decisão, a economia real em todo o mundo é afetada, fortalecimento dos emergentes, BRIC, queda do preço do petróleo. Fatos que qualquer um jamais imaginaria no fim do século XX, imediatamente suspeitariam que fosse um conto de ficção científica muito fora da realidade. Coisas de Nárnia ou Harry Potter, mas estas são as manchetes dos jornais durante todo este ano.

“A realidade global mostra um cenário no qual a transterritorialidade dos eventos econômicos perpassa nacionalidades. O fenômeno econômico, do ponto de vista puramente analítico, é transnacional, portanto, envolvendo várias nacionalidades, isoladamente ou associadas.” [Marcelo Milano, Geoestratégia Global, 2007]

Diante deste cenário de turbulências e crise sistêmica, encontramos algo surpreendente, o poder das transnacionais que superam obstáculos territoriais ativando a diversidade e acionando uma competitividade incrível, proporcionando a pequenas marcas um lugar no mercado global. Enquanto países prestam relatórios divulgando queda na produtividade, recuo do PIB e outros índices negativos, transnacionais como Wallmart, Coca Cola e Nike expandem em locais de atuação e lucratividade, revelando assim uma nova forma de poder no mundo.

A grande questão que devemos pensar no meio deste turbilhão é: se as transnacionais conseguiram adaptar suas estratégias e gestão de forma consistente com as questões deste novo tempo global, porque a sociedade civil e os Estados permanecem atrasados e presos em suas tomadas de decisões?

Na construção deste novo mundo, de onde virão as mãos artesanais que modelarão os ângulos das relações? Onde e quem estará à mesa das decisões?

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