RELOAD

Após mais de um ano fora do ar ou simplesmente desatualizado, resolvi fazer um RELOAD do "Concepções e Conjunturas". Buscando alternar a proposta entre artigos, notícias e sempre algumas concepções e na busca pela praticidade do assunto central que motivou a criação do blog: discutir e comprender um pouco de economia. Nesta ótica, darei início hoje a uma série de publicações de vídeos explicando e sistematizando conceitos econômicos. Vídeos estes que podem ser encontrados disponíveis em diversos sites e portais, estarão agora também disponíveis em "Concepções e Conjunturas"! Sempre, é claro, divulgando a fonte para não roubar os direitos autorais de ninguém.

sábado, 14 de março de 2009

Uma semana para estimular ou desanimar

Sempre ouvimos falar que no Brasil o ano só começa a funcionar depois do carnaval. Para alguns setores da economia esta afirmação pode ser verdadeira, para outros nem tanto. Enfim, não é esta a discussão que quero trazer aqui, mas que podemos sim afirmar que depois desta semana os planejamentos e programas econômicos do Brasil, tanto públicos quanto privados, ficaram mais sólidos e consistentes do que antes do carnaval, isso é verdade.

Tivemos uma semana intensa, o IBGE divulgou vários índices os quais conduziram a expectativa do mercado. PIB do último trimestre de 2008, projeção final de crescimento de 2008, expansão das indústrias em todo o país, balanço de volume e renda do comércio varejista. E não ficou só nisso, a OMC também divulgou um relatório dizendo que o crescimento econômico do Brasil será favorecido pela maior concorrência dos mercados. E por fim tivemos mais um reajuste do Copom na taxa de juros do país. Para muitos, a semana foi simplesmente o respaldo que esperavam para concretizar seus planejamentos e programas de curto, médio e longo prazo dentro e fora do país.

Começando pela OMC, que divulgou no dia 09/03, um relatório, dizendo que desde seu último exame no ano de 2004, o Brasil tem perseguido a modernização progressiva de seu regime comercial. Com medidas que visam favorecer a ampliação da concorrência de seu mercado com o respaldo de seu crescimento médio nos últimos anos. Concluindo, o relatório afirma que existe ainda alguns desafios chaves a serem rompidos, porém caso o Brasil consiga permanecer neste ritmo, sem dúvida irá melhorar o nível de vida de sua população e manter seu crescimento econômico.

No mesmo ritmo da semana foi a vez do IBGE começar a divulgar seus relatórios. No dia 10/03, divulgou de uma só vez, notícias boas e ruins. A notícia boa foi o fechamento do PIB anual que revelou um crescimento de 5,1% e também o aumento do PIB per capita de 4,0%. Em contrapartida, o resultado do último trimestre do ano de 2008 revelou um recuo no PIB de 3,6%, sendo o maior recuo da série inciada em 1996, deixando todos receosos de uma possível recessão .

Em outra notícia divulgada pelo IBGE, no mesmo dia, os índices de produção industrial avançaram em 8 dos 14 locais pesquisados no período entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Com destaque para “...Paraná(6,8%), Pernambuco (6,4%), Santa Catarina (5.0%) e Rio Grande do Sul (3,6%), onde o crescimento foi acima da média nacional (2,3%). Os demais locais com taxas positivas nesse confronto foram São Paulo (2,2%), Minas Gerais (2,1%) região Nordeste (2,0%) e Pará (1,1%). Entre as áreas que reduziram a produção destacaram-se, com as quedas mais elevadas, Amazonas (-5,5%) e Espírito Santo (-4,6%).”

E fechando a semana e seu ciclo de publicações o IBGE, revelou que o Comércio Varejista do país teve um crescimento tanto no volume quanto nas receitas. O volume de vendas cresceu cerca de 6,0% em relação a janeiro de 2008 e acumulou um crescimento de 8,7% nos últimos 12 meses. Assim como a receita nominal cresceu 11,9% acumulando um crescimento de 14,7% nos últimos 12 meses.

Por sua vez, na noite do dia 11/03, o Copom decidiu por unanimidade um corte de 1,5% na taxa básica de juros Selic, levando-a para 11,25% ao ano (nível semelhante ao de março de 2008). Esta foi a segunda redução da taxa seguida e o maior corte desde novembro de 2003. Todos agora estão com os olhos voltados para o reflexo desta decisão nos níveis de inflação do país. Logo após o corte divulgado pelo Copom, alguns bancos seguiram a decisão anunciando cortes também na taxa de juros ao consumidor.

Enfim, foi uma semana intensa para qualquer um no país, desde analistas e especialistas do setor econômico financeiro aos consumidores e cidadãos brasileiros que vivem diariamente com os reflexos dos números divulgados. Uma coisa ficou bem clara, a interrogação continua no ar: em meio a crise estas decisões são suficientes para assegurar a economia brasileira longe da recessão e no caminho do crescimento econômico? Vamos aguardar e continuar acompanhando o desenrolar do ano.

Por João Baptista – jbaptistamj@gmail.com -

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